Costumo mencionar que acredito muito mais na consistência do conhecimento de quem constrói a trilha do que aqueles que simplesmente a conhecem.
Construir a trilha significa desbravar propósitos, avistar o objetivo e planejar cuidadosamente o caminho, municiar-se de recursos necessários, cercar-se de apoio adequado, estar muito bem assessorado e seguir com a certeza de que cada trecho do caminho desbravado trará uma nova descoberta, um novo aprendizado, uma nova sabedoria e que cada espaço será sedimentado com a estrutura adequada para que o alicerce não desmorone e se, por ventura isso aconteça, a reconstrução seja menos dolorosa.

 A sabedoria e o conhecimento trazidos por aqueles que constroem a trilha, conseguem atingir a nota cheia, não desafinam, não existe semitom.
 
Como adquirir então este saber? Como desbravar caminhos sem perder-se nos labirintos e armadilhas preparadas por questões internas e externas tanto das organizações quanto da própria existência do ser?
 
As citações socráticas "conhece-te a ti mesmo" e "só sei que nada sei", nos trazem a certeza de que antes de pensarmos em encher algum copo, precisamos estar com o nosso cheio e isto passa sem escala pela autoconsciência e pelo autoconhecimento. 
 
Trazendo para o mundo corporativo, encontramos diversas organizações com rupturas em sua cultura, porém, seus dirigentes acreditam que elas são sólidas tanto quanto óbvias na cabeça de todos. Ledo engano; se estas informações culturais e estratégicas não estiverem muito bem estruturadas, sedimentadas, alicerçadas, disseminadas e outros tantos adjetivos similares, certamente colaboradores e organizações não seguirão na mesma direção.
 
Para este alinhamento acontecer, é primordial que as empresas pensem em alguns pontos fundamentais:
 
- Valorizar, sedimentar e divulgar sua cultura: isto ajuda na definição inicial do processo de seleção de colaboradores;
- Criar programas para incentivar o conhecimento: despertar o interesse dos colaboradores pela busca de novos e por que não, resgatar antigos conhecimentos, para que o círculo não seja rompido;
- Sistematizar o compartilhamento do conhecimento: é preciso distribuir de forma organizada e segura, o que e quem deve obter o conhecimento necessário para manter a organização.
 
Algumas empresas que não desenvolvem programas claros para a gestão do conhecimento, podem correr o sério risco de esvaziarem-se e serem suprimidas pelo mercado cada vez mais acirrado na busca de valor agregado a produtos e serviços.
 
Assim como construir a trilha do conhecimento transforma pessoas, também transforma organizações. Categoricamente, não existem pessoas desqualificadas, despreparadas e sem conhecimento que possam produzir um excelente produto ou serviço e o inverso é verdadeiro.
 
Paulo Uberti Pereira
Coach, Palestrante, Instrutor e Consultor de Empresas
 
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